julho 07, 2013

O que faz um produto ser competitivo?


Tem coisas que a gente não escolhe pelo preço.

Todo mundo sabe que algumas coisas funcionam na prática de maneira diferente do que você aprendeu na faculdade.

Depois que a gente começa a trabalhar, vai se deparando com os chavões e os termos correntes das empresas e negócios. Nem sempre essas palavas são utilizadas com o mesmo conceito que você tinha aprendido. Uma dessas palavras é competitividade.

Na faculdade eu aprendi que um produto ou serviço competitivo é aquele que consegue demonstrar valores alinhados com os similares, e com isso se mantém no páreo junto às demais opções que o consumidor avalia antes de tomar sua decisão. Este valor  pode ser a qualidade, a estética, o preço, e inúmeros outros. Alguns dicionários concordam comigo, como você pode ver aqui, ou até mesmo aqui.

No mercado de trabalho - o brasileiro, pelo menos - descobri que o atributo competitivo acaba sendo muito mais relacionado ao preço do que a qualquer outra coisa. Um produto competitivo, nesta lógica, é aquele que custa menos.  :/

Sendo uma consumidora que se importa - e muito! - com o preço das coisas que compro, devo dizer que este não é de longe um atributo que considero o mais importante para chamar um produto de competitivo. Se escolho um produto pelo preço e depois me decepciono com sua qualidade, por exemplo, pode ter certeza que ele não estará novamente na minha lista de compras.

Acho importante manter nossas percepções como consumidores em mente enquanto estamos projetando alguma coisa, para não "sucumbir" ao fluxo convencional do mercado. No exercício do papel de designer sabemos que um material e um processo produtivo de qualidade têm seu preço, e temos que lidar constantemente com estas escolhas. 

Cada produto tem o seu objetivo. Reconhecê-lo e saber traduzir isto em um resultado material viável é a função do designer.



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Valéria Carvalho: designer de produtos, trabalha com color & trim no estúdio de design de uma montadora de automóveis há 5 anos (já?!?). Interessada em tendências, consumo consciente, semiótica, educação, e outras coisas que podem ajudar a melhorar o mundo.

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